quinta-feira, 14 de agosto de 2008

A LÓGICA DE DEUS


Jesus diz em João 16:33 que:

“Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo.”

Posso afirmar com certeza que todos têm tribulações, provações, problemas.

Os homens desenvolveram muitas técnicas e maneiras diferentes de trazer solução a esses problemas. O raciocínio humano parece não ter limites. Uma maneira bem difundida de se resolver problemas e usando a lógica. Por meio da dedução e da indução, pode-se obter respostas e soluções para muitos problemas. A computação utiliza a lógica para resolver milhões de problemas em frações de segundos.

A Ciência desenvolveu também inúmeras maneiras de se resolver problemas. Para o problema da distância, desenvolveu a aviação e os automóveis, por exemplo. Para as dificuldades de comunicação, desenvolveu o telefone e tantas outras invenções.

Mas, e quando chegamos às fronteiras da Ciência, quando a lógica não nos conduz a lugar nenhum, quando faltam as idéias, a quem recorreremos? Vocês sabem bem a resposta. Todos sabem a resposta. Até quem não crê em Deus sabe a resposta. Buscamos uma força e uma sabedoria maior do que a Ciência e a razão... buscamos Deus. Claro que muitos buscam nos falsos deuses desse mundo, e só acabam se frustrando ainda mais.

Mas, e Deus, o que Ele tem a oferecer para nós? Certamente Deus tem uma maneira própria de agir, tem uma maneira diferente de todas as nossas opções. Mas como é essa maneira?

Traremos algumas histórias bíblicas para tentar mostrar isso.

Vejamos o capítulo 7 de Juízes, que trata de uma das maiores batalhas que Israel já enfrentou. Os inimigos eram incontáveis. Vejamos o verso 12:

“Os midianitas, os amalequitas, e todos os filhos do oriente jaziam no vale, como gafanhotos em multidão; e os seus camelos eram inumeráveis, como a areia na praia do mar.”

Se formos conduzir nosso pensamento de acordo com a lógica humana concluiríamos que Gideão, o líder daquele povo, deveria montar um exército ainda mais forte e poderoso do que aquele enfrentaria. Confesso que eu agiria assim. Essa é a lógica. Se soubesse que meu exército é centenas de vezes menor que o do meu oponente eu não o enfrentaria. Fugiria, me esconderia ou me renderia. A outra maneira seria montar um exército ainda maior e mais forte.

Leiamos o verso 1:

Então Jerubaal, que é Gideão, e todo o povo que estava com ele, levantando-se de madrugada acamparam junto à fonte de Harode; e o arraial de Midiã estava da banda do norte, perto do outeiro de Moré, no vale.

Pronto, as ferramentas para a batalha estavam prontas. Dois grandes exércitos estavam prestes a se digladiarem, venceria o mais forte. Gideão usou a lógica humana. Ele agiu certo, eu diria.

Aí Deus aparece e mostra outra lógica. Verso 2 em diante.

2. Disse o Senhor a Gideão: o povo que está contigo é demais para Eu entregar os midianitas em sua mão; não seja o caso que Israel se glorie contra Mim, dizendo: Foi a minha própria mão que me livrou.

3. Agora, pois, apregoa aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for medroso e tímido volte, e retire-se do monte Gileade. Então voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram.

Eu pensaria, ainda tenho 10.000. Ainda dá para fazer uma grande batalha. Mas essa ainda não era a lógica de Deus. Continua no verso 5.

5. E Gideão fez descer o povo às águas. Então o Senhor lhe disse: Qualquer que lamber as águas com a língua, como faz o cão, a esse porás de um lado; e a todo aquele que se ajoelhar para beber, porás do outro.

6. E foi o número dos que lamberam a água, levando a mão à boca, trezentos homens, mas todo o resto do povo se ajoelhou para beber.

Veja se tem lógica isso: selecionar os guerreiros pela maneira de beber água. Se você fosse o chefe de um exército, você escolheria seus guerreiros porque eles bebem água como um cachorro? E ainda mais somente 300 homens contra milhares. É impossível vencer essa batalha!

O resultado disso tudo está no verso 22:

Pois, ao tocarem os trezentos as trombetas, o Senhor tornou a espada de um contra o outro, e isto em todo o arraial, e fugiram até Bete-Síta, em direção de Zererá, até os limites de Abel-Meolá, junto a Tabate.

Ainda assim, contra todas as probabilidades, Israel venceu, pelo poder e pela lógica singular do Senhor.

E se fosse para escolher um rei para governar um povo. Quais critérios seriam os melhores. O maior, o mais forte, o mais bonito, o mais inteligente? Claro que esses são os melhores atributos que um rei guerreiro pode ter. Foram esses os critérios que fez o povo de Israel escolher Saul como seu rei. Mais uma vez, a lógica de Deus é diferente. Vejamos I Samuel 16:1.

Então disse o Senhor a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o Eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche o teu vaso de azeite, e vem; enviar-te-ei a Jessé o belemita, porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei.

Eu imagino que Samuel deve ter ido imaginando nos atributos desse novo rei, comparando-o com o belo e altivo Saul. Ele já devia ter na mente o modelo desse rei. Se Saul era belo, alto e forte e se tornou o rei de Israel, o novo rei deve ser mais belo, mais alto e mais forte. Ora, é a lógica humana.

Vem Deus e mais uma vez e traz outra lógica. Verso 6:

6. E sucedeu que, entrando eles [os filhos de Jessé], viu a Eliabe, e disse: Certamente está perante o Senhor o seu ungido.

7. Mas o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza de sua estatura, porque Eu o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.

Assim, Jessé fez os seus filhos passarem uma a um diante de Samuel, mas a todos Deus rejeitou.

Verso 11:

11. Disse mais Samuel a Jessé: São estes todos os teus filhos: Respondeu Jessé: Ainda falta o menor, que está apascentando as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Manda trazê-lo, porquanto não nos sentaremos até que ele venha aqui.

12. Jessé mandou buscá-lo e o fez entrar. Ora, ele era ruivo, de belos olhos e de gentil aspecto. Então, disse o Senhor: Levanta-te, e unge-o, porque é este mesmo.

Deus escolheu o menor e o mais diferente. Talvez o mais feio. A escritura diz que tinha “gentil aspecto”. Isso pode parecer que ele era bonito, mas não se enganem. Bonitão mesmo era o Saul. O verso 2 do capítulo 9 diz que ele era tão belo que “não havia outro homem mais belo do que ele”. De Davi diz que tinha um “gentil aspecto”. Para mim isso parece mais um eufemismo. Comparado a Saul, Davi era pequeno, frágil e feio. Veja que é essa a lógica de Deus.

Vejamos agora uma história que mostra Deus violando as leis da física. Os cientistas gabam-se muito dos seus conhecimentos. Tentam avaliar tudo criticamente. Claro, esse é o papel deles. O problema é quando tentam fazer isso contra a Bíblia, a palavra de Deus, e contra a fé das pessoas. O mais interessante é que é que Deus não se importa em, de vez em quando, violar as leis da Física, da Química, Biologia e quantos ramos da Ciência forem. Ele mesmo criou todas essas regras e pode violá-las sem o menor pudor. Resumindo, Deus não está nem aí para os cientistas e suas ciências. Leiamos II Reis 6:1-7:

1. Os filhos dos profetas disseram a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face é estreito demais para nós.

2. Vamos, pois, até o Jordão, tomemos de lá, cada um de nós, uma viga, e ali edifiquemos para nós um lugar em que habitemos. Respondeu ele, Ide.

3. Disse-lhe um deles: Digna-te de ir com os teus servos. E ele respondeu: Eu irei.

4. Assim foi com eles; e, chegando eles ao Jordão, cortavam madeira. Mas sucedeu que, ao derrubar um deles uma viga, o ferro do machado caiu na água; e ele clamou, dizendo: Ai, meu Senhor! ele era emprestado.

6. Perguntou o homem de Deus: Onde caiu? E ele lhe mostrou o lugar. Então Eliseu cortou um pau, e o lançou ali, e fez flutuar o ferro.

7. E disse: Tira-o. E ele estendeu a mão e o tomou.

Vejam só, alguém já viu uma lâmina de ferro de um machado flutuar na água. A densidade do ferro é de aproximadamente 7,8 g/cm3 enquanto da água é de 1g/ cm3 no estado líquido. Para quem não se lembra ou não é muito fã de Física, vou explicar o que isso significa. Se eu pegasse duas pequenas caixinhas de 10 cm de altura, 10 cm de largura e 10 cm de comprimento e enchesse uma de água e outra de ferro, a caixinha com água pesaria exatamente 1kg, enquanto a de ferro teria 7,8 kg.

A lei da Física diz que um objeto de densidade maior irá afundar dentro de um líquido de densidade menor. Já um objeto de densidade menor irá flutuar em um líquido de densidade maior. Isso é muito simples e pode ser provado cientificamente. Em palavras mais simples, o mais pesado irá afundar. Todos nós sabemos disso intuitivamente. A despeito de toda essa aula de Ciência, Deus ignorou as regras. Ou melhor, seguiu as regras no início, pois primeiramente o machado afundou no rio Jordão. Depois, com a iniciativa do profeta, o machado flutuou. Isso é cientificamente impossível.

Azeite que se multiplica nas vasilhas, Andar na fornalha acesa e não se queimar, Andar sobre as águas, um punhado de pão e peixe alimentando uma multidão, mortos ressuscitando... enfim, a Palavra de Deus é rica em mostrar que Deus não segue a lógica dos homens. Deus tem sua própria lógica. E a lógica de Deus é fazer o impossível, o improvável, o irracional. Fazer o possível não é o papel de Deus. Esse é o papel dos homens. O impossível, isso sim, é o papel, ou melhor, a especialidade de Deus.

Nesta noite de oração, o que Deus quer fazer para você é o impossível. E se sua fé é tão pequena e tem pedido a Deus o possível, saiba que Deus quer muito mais do que isso. Paulo, na carta aos Efésios, capítulo 3, verso 20, disse que Deus “[...] é poderoso para fazer TUDO muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera.” Vejam só como ele se expressou. Ele não poupou expressões que ampliam a expressão imediatamente anterior: TUDO; não apenas tudo, mas TUDO MUITO MAIS ABUNDANTEMENTE; e não somente tudo muito mais abundantemente, mas TUDO MUITO MAIS ABUNDANTEMENTE ALÉM DAQUILO QUE PEDIMOS; não apenas tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos, mas TUDO MUITO MAIS ABUNDANTEMENTE ALÉM DAQUILO QUE PEDIMOS OU PENSAMOS. Veja o quanto isso é amplo!

Você já imaginou tudo o que você pode imaginar? Pois Deus é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos. Aí você pensa: Ah, não vou pedir, porque isso é impossível! Aí é que está a especialidade de Deus. Deixe nas mãos do especialista. Faça sua parte e deixe para Deus o impossível. Muitas vezes, quando oramos nós já indicamos qual a maneira que Deus tem de agir, como se Ele precisasse das nossas dicas. Você não tem que ficar dizendo para Deus como Ele deve agir. Confia nEle e Ele tudo fará. (Salmo 37:4).

Só tomemos cuidado nos motivos que nos levam a pedir as coisas para Deus. Ele esquadrinha os corações, e sabe as mais profundas paixões e sentimentos. Lembrem o que Deus disse ao profeta Samuel em I Samuel 16:7: “[...] o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” Já lemos isso agora há pouco.

O apóstolo Tiago nos adverte no capítulo 4, verso 3 de sua epístola:

3. Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.

Se pedirmos algo a Deus só para nos gloriarmos, para humilharmos o próximo, Deus, por amor a nós, não nos concederá. Precisamos ter o coração limpo do egoísmo. Essa também é uma tarefa impossível. Por isso, é tarefa de Deus, “Aquele que é poderoso para fazer TUDO muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos.” Gostaria que você ficasse com este verso na cabeça: Deus “[...] é poderoso para fazer TUDO muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos.”

André L. L. de Alcântara

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