segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

RISCOS

Para alcançar qualquer objetivo, sempre há um risco envolvido. Muitas pessoas dizem: “não vou correr risco nenhum; não quero ter problemas!”...

O que elas não imaginam é que: é justamente no meio do problema que se encontram os melhores frutos... Há uma lei funcionando neste planeta que assegura que as recompensas vêm depois do risco, e não o contrário.

A maioria de nós começa a vida com uma atitude saudável em relação ao risco. Quando somos crianças, mal podemos esperar para tentar novas aventuras... Uma criança saudável e feliz, assim como um adulto saudável e feliz, adora se testar e aceitar desafios. Quando damos aqueles primeiros passos incertos, ao começarmos a dominar a arte de andar, estamos correndo riscos. E adoramos isso!

Mas, de alguma maneira, entre a idade de 2 e 22 anos, muitas pessoas passam por uma dramática mudança de atitude. Ficam preocupadas em se manterem sempre sãs e salvas; então, passam as noites grudadas na frente da televisão, fascinadas com as ousadas aventuras dos super-heróis de celulóide. Ou então, “engolem” grandes doses de novelas e seriados, enquanto suas próprias vidas degeneram para um interminável seguimento de um ano insuportável após o outro.

O tempero da vida está justamente em fazer coisas novas, em moldar algo com nossa própria substância. A busca pela segurança mina nossa força vital... Ser diferente é arriscado, mas também significa poder ser você mesmo... 

Na verdade, o universo está continuamente nos encorajando a nos testarmos, a superarmos os desafios e a sermos extraordinários. Para ganhar, devemos arriscar. Para aprender a andar, devemos nos arriscar a cair e nos machucar.  Para ganhar um real, devemos nos arriscar a perdê-lo, e as pessoas que ganham o máximo arriscam o máximo. Os vencedores correm mais riscos do que os perdedores. Por isso é que eles ganham tanto...

Em poucas palavras: nós temos uma escolha. A escolha entre viver de verdade ou apenas existir. Arranjar um novo emprego é um risco. Atravessar uma rua é um risco. Começar um negócio, um relacionamento ou uma família é um risco... A vida é um risco. Então, vamos caminhar um pouco por esse pomar e colher algumas frutas!

(texto de Andrew Matthews no livro "Seja Feliz")

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

SE...


Depois de um longo período sem postar nada, volto hoje com um poema especial. Não é de minha autoria, mas o considero lindíssimo. O autor é Rudyard Kipling, indiano de nascimento, mas de descendência inglesa. Para lhe refrescar a memória, lembro-lhe que ele é o mesmo que escreveu o conto original Mogli, o Menino-Lobo, depois adaptado para desenho animado pela Disney.

 

Considero não apenas lindo, mas muito forte esse poema. Essa bela obra de arte me inspirou muito, e me ajudou a levantar-me nos meus maus momentos, quando a foice do desânimo e das dificuldades me ceifava a esperança. Conheci esse belo poema ao ler o livro “Colunas do Caráter”, de S. Júlio Schwantes, livro que recomendo a todos, principalmente nesta nossa época, onde, como disse muito sabiamente Rui Barbosa, “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.

 

Enfim, segue a poesia. Com vocês, Rudyard Kipling:


SE

Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.

Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.

Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.

Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.

Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida. 

De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste! 

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.

Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!

Tradução: Guilherme de Almeida


Original Inglês
IF 
If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you
But make allowance for their doubting too,
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don't deal in lies,
Or being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise:

If you can dream--and not make dreams your master,
If you can think--and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build 'em up with worn-out tools: 

If you can make one heap of all your winnings
And risk it all on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on!" 

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings--nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much,
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that's in it,
And--which is more--you'll be a Man, my son! 

--Rudyard Kipling