Orquídea Rara

Orquídea rara,

André Luiz

Oh! Graciosa flor
Amo-te tanto que chega a doer-me
No peito a vontade de declarar esse amor
Que, nessa poesia, vem ater-me.

Quando, em tuas entranhas, meu coração nem batia
Amor já guardavas para mim.
Eu era qual um botão que nascia
Cultivado no melhor jardim.

Lírio da vida, oh! Mãe bela
Que, até nas noites de febre errante
O filho, zelosa, vela
Apaziguando a fronte palpitante.

A tua presença é qualquer coisa mais que luz e vida
Teu amor, a mais linda arte.
Na tua ausência, abre-se-me uma ferida
Um fogo gélido que, ao peito, arde.

E se me vieres exclamar:
- “Que bela flor nos deu a primavera!”
Eu hei de te acrescentar:
- És, das flores, a mais bonita que a natureza dera,

Tu, orquídea rara
Cujas pétalas os outonos não consomem
Ès a flor mais bela, sublime, cara
Que a Divina Inspiração deu ao homem.