quinta-feira, 17 de abril de 2014

A companheira


A COMPANHEIRA

Não é que a dor passe
Porque ela não passa
Mas você se acostuma com ela
Ela vira sua fiel companheira

É como um zumbido no ouvido
Que não o deixa por nem um segundo
Mas que depois de um tempo
Você é obrigado a conviver com ele
E você segue a vida apesar do som incessante na sua cabeça

Ou como uma sombra negra e fria
Sempre colada ao seu passo
Você sabe que ela sempre está lá
Mesmo que não olhe para ela
No meio dia, ela está encolhidinha sob seus pés
No começo e no fim do dia
A sombra é enorme, muito maior que você
Do tamanho de um gigante com pernas e braços desproporcionais
E à noite, sua presença é total
Envolve você e tudo ao seu redor
E você pensa que ela vai engolir a sua alma.

Sinto sua presença aqui agora
Ela não conversa comigo
Nem me cumprimenta
Apenas me abraça
E me entorpece com seu hálito gélido
Chora comigo silenciosamente
Lágrimas secas e molhadas.